quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Tipos de pé

Como já foi citado no post sobre fascite plantar, é essencial conhecer nosso tipo de pé e de pisada para prevenção e tratamento adequados para as dores nos pés.

Como o pé é a base de sustentação do corpo, seu desalinhamento pode causar alterações em todas as articulações, como joelhos, quadril e coluna.

Também devemos manter a musculatura dos pés fortalecida e com flexibilidade adequada, evitando cãimbras, fascite plantar, entorses de tornozelo, esporão de calcâneo, entre outras afecções nos pés e pernas.

Além disso, atenção à escolha dos sapatos é muito importante, pois eles podem favorecer ou dificultar um andar correto.

Este foi o tema de hoje do programa Bem-Estar, da Rede Globo, que contou com a participação da doutora em Biomecânica Isabel C.N. Sacco, professora do curso de Fisioterapia da USP (foi minha profesora!), e que foi minha orientadora de monografia e iniciação científica durante a faculdade.




Para ver mais sobre o assunto, acesse a página do Bem Estar:

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fascite plantar

Uma das principais causas de dor em corredores é a fascite plantar, que caracteriza-se por dor na região medial da planta do pé e no calcâneo. Esta dor é pior no início do dia (devido ao encurtamento da fáscia durante a noite), ou após longos períodos de caminhada ou corrida. A fascite, apesar de comum em corredores, pode se manifestar em qualquer um, sendo mais comum em mulheres a partir dos 40 anos. 


Ocorre um processo inflamatório na fáscia plantar (tecido conectivo espesso que ajuda a formar o arco longitudinal medial do pé), devido à sobrecarga contínua sobre ela, deixando-a tensionada. Esta sobrecarga é multifatorial, e pode estar relacionada a aumento de peso, uso de salto alto, fraqueza da musculatura intrínseca do pé, e pés planos, cavos e/ou pronados. 

Para que o pé receba e absorva bem o impacto durante a caminhada ou corrida, a musculatura do pé deve estar ativada e ser capaz de manter o arco longitudinal medial do pé. Pessoas que tem este arco “desabado” ou que pisam diretamente com a parte de dentro do pé (pisada pronada) têm dificuldade em distribuir e absorver o impacto, e a fáscia é estirada. 

Atualmente muitas lojas de calçados esportivos realizam uma avaliação do tipo de pisada, e então oferecem o tênis mais adequado ao seu pé. Já vi muitas destas avaliações, e posso dizer que a maioria é inadequada (aguarde post sobre esste assunto). Mesmo considerando que a avaliação seja correta, utilizar um tênis com maior amortecimento em determinada área do pé, com uma palmilha que aumente o arco em determinada região pode sim diminuir a dor durante a corrida, e seu uso é recomendado para um atleta que queira uma analgesia imediata para disputar uma maratona, por exemplo. 

Entretanto, esta medida é unicamente paliativa, não tratando efetivamente a causa do problema. Um tratamento ideal de fascite deve incluir análise adequada da marcha e corrida e correção do padrão da pisada, fortalecimento da musculatura intrínseca do pé, além da liberação miofascial da fáscia plantar; pois somente assim o corredor terá uma boa absorção do impacto, e poderá correr sem dor independente do calçado que use. 


Existe também o tratamento cirúrgico, no qual são realizados pequenos cortes na fáscia plantar (fasciotomia), diminindo a tensão na mesma; porém este tratamento deve ser utilizado em última instância, já que o tratamento fisioterapêutico costuma ter ótimos resultados.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Acidente vascular encefálico

O acidente vascular encefálico (AVE), popularmente conhecido como derrame cerebral, é caracterizado por uma perturbação focal da função encefálica de inicio súbito, de origem vascular, cujos sinais persistem por mais de 24hs. 


O AVE pode ser isquêmico ou hemorrágico. O isquêmico ocorre quando há oclusão súbita de artérias que irrigam o cérebro, deixando parte dele sem o aporte de oxigênio necessário, causando morte celular na região. Já o hemorrágico pode acontecer por sangramento de uma das artérias do cérebro no tecido cerebral. O sangue, fora da circulação, é tóxico e pode também causar morte das células próximas à hemorragia. 

AVE hemorrágico
AVE isquêmico


Em escala mundial, o AVE é a segunda principal causa de morte. É uma doença que ocorre predominantemente em adultos de meia-idade e idosos. Além da alta mortalidade, muitos pacientes com AVE ficam incapacitados e necessitam de ajuda na vida cotidiana, que precisa ser proporcionada por familiares, pelo sistema de saúde ou outras instituições sociais. 

As manifestações clínicas do AVE dependem da localização e a extensão da lesão vascular. Os principais sintomas são: comprometimento motor (incluindo déficit de coordenação), comprometimento sensorial, afasia/disfasia (falta de fluência da fala), hemianopsia (comprometimento do campo visual de um lado) e ataxia (déficit de equilíbrio). 

Um dos quadros clínicos mais comuns após um AVE é a hemiplegia, que é caracterizada pela perda do movimento voluntário de um lado do corpo. Esta pode ser flácida ou espástica, sendo que normalmente o quadro se inicia com a fase flácida, que depois de um tempo variável se transforma em espástica. 

Entre as principais alterações motoras estão a espasticidade, a alteração no padrão da marcha, e o déficit no padrão sinérgico, levando a deteriorização do controle motor, que serão detalhadas abaixo: 

- Espasticidade: é o aumento anormal do tônus muscular nas respostas musculares fásicas e velocidade dependentes, com exacerbação dos reflexos profundos, clônus, e presença freqüente do efeito canivete. É decorrente da perda da inibição central do reflexo miotático de estiramento muscular, resultante das lesões de motoneurônio superior (do sistema nervoso central) ou da interrupção de suas vias (tratos corticoespinais) descendentes, que ocorre geralmente devido a lesões corticais e da cápsula interna. 

Ocorre predominantemente na musculatura antigravitária, resultando num padrão flexor de membro superior e extensor de membro inferior, que pode se acentuar em situações de frio, excitação, medo ou dor. 

A espasticidade diminui a habilidade de regulação do movimento voluntário, podendo causar deformidades estáticas e alterar a angulação articular durante a marcha. 

- Alteração no padrão de marcha: a marcha hemiplégica é comumente realizada com padrão ceifante, no qual predominam a abdução exagerada do membro no balanço, a diminuição da tríplice flexão, além de déficit de equilíbrio. Outras alterações encontradas na marcha destes pacientes são menor mobilidade de tornozelo, velocidade reduzida, balanço prolongado, diminuição da amplitude de movimento de dorsiflexão, pé equino e hiperextensão de joelho, e ativação precoce da musculatura do membro inferior parético, que se manteve ativada por tempo prolongado. 

- Déficit no padrão de sinergismo muscular: pacientes com sequela de AVE têm dificuldade em controlar o início do movimento e a atividade motora voluntária, logo estes pacientes podem ter uma alteração no controle do movimento.

A fisioterapia precoce é essencial para estes pacientes, atuando na modulação do tônus muscular (diminuição da espasticidade), ganho de flexibilidade e amplitude de movimento em articulações, fortalecimento muscular, treino de equilíbrio e marcha. A fisioterapia precoce previne deformidades e promove os melhores resultados, porém pode atuar em qualquer fase da doença, mesmo muito tempo após a lesão cerebral.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O que é Terapia Ocupacional ?

Uma grande aliada da fisioterapia no processo de reabilitação é a Terapia Ocupacional. Apesar de muito importante dentro da equipe multidisciplinar, esta área ainda é pouco conhecida, e sua função muitas vezes é uma dúvida até mesmo para outros profissionais da saúde.

Hoje compartilho com vocês um texto das minhas amigas Ana Flávia e Vivian, sobre a Terapia Ocupacional:

"Como a terapia ocupacional ajuda? 
O profissional de Terapia ocupacional auxilia na conquista ou reconquista de quesitos importantes para ajudar as pessoas a levarem uma vida com maior qualidade de vida possível. 
Para alcançar isso, os terapeutas ocupacionais consideram a atividade como tudo o que as pessoas fazem e realizam, incluindo cuidar de si mesmas (auto-cuidado), curtir a vida (lazer), e contribuir para a vida social e econômica de suas comunidades (trabalho/produtividade). 


Com isso, os terapeutas ocupacionais trabalham para quebrar as barreiras que impedem os indivíduos em suas atividades cotidianas. Para isso, é preciso examinar não apenas os efeitos físicos de uma lesão ou doença, mas também abordar os fatores psico-sociais da comunidade, e ambientais que influenciam a vida desse indivíduo. 
Para começar, um terapeuta ocupacional vai tentar descobrir o por quê que não é possível o individuo fazer o que gostaria ou o que precisa fazer ... 
Dependendo da situação, um terapeuta ocupacional pode verificar: 

• o que é possível fazer fisicamente (o que inclui a sua força, coordenação, equilíbrio, ou outras capacidades físicas) 
• o que é possível fazer mentalmente (sua memória, habilidades de organização, estratégias de enfrentamento, ou outras habilidades mentais) 
• quais os materiais que se utliza para participar da ocupação (por exemplo, ferramentas de trabalho, móveis, utensílios de cozinha, roupas ou outros materiais) 
• o apoio social e emocional disponíveis em: sua casa, trabalho, escola e comunidade 
• configuração física da casa, escola, sala de aula, local de trabalho, comunidade, ou outro ambiente 

Dependendo da dificuldade, o terapeuta ocupacional, pode ajudar de diversas maneiras, como: auxiliar o indivíduo a fazer as coisas com as habilidades residuais ou propor atividades que irão ajudá-lo a melhorar ou manter as habilidades que tem ou que precisam ser desenvolvidas; o terapeuta ocupacional pode, também, adaptar os materiais que a pessoa usa no seu dia a dia, ou o que pretender usar; recomendar mudanças de acessibilidade no local de seu convívio; recomendar e descobrir apoio em sua comunidade, entre muitas outras coisas. 

Isso é apenas um esboço do que a terapia ocupacional pode ser. Assim, como todas as áreas da saúde, a terapia ocupacional é muito abrangente e com isso, dentro dela mesma, possui outras várias áreas como Terapia Ocupacional em Reabilitação Física, Saúde Mental, Social, etc." 

Texto baseado no site CAOT-Canadian Association Therapists

Ana Flávia Guimarães Moura e Vivian Aily Kida são aprimoradas em Terapia Ocupacional em Reabilitação Física pelo Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, e atualmente trabalham em grandes centros de reabilitação física em São Paulo. 

Leia também:

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Core, Power House ou Equilíbrio Tóraco-Abdominal: dê o nome que quiser...mas vamos estabilizar a coluna!

Se você é ligado em algum tipo de atividade física, já deve ter escutado termos como Core, Power House ou Equilíbrio Tóraco-Abdominal.


Dentro da fisioterapia e da atividade física, uma infinidade de técnicas aparecem a todo momento, e cada uma tem seu vocabulário próprio, porém entendendo um pouco de anatomia, fisiologia e biomecânica, vemos que todos estes termos se referem a mesma coisa: estabilização da coluna.

Quando escrevi sobre como tratar as lombalgias, expliquei a importância de focar um tratamento nas causas, e não no efeito da dor.

No caso das lombalgias de causa mecânica, geralmente ocorre uma tensão aumentada na musculatura paravertebral baixa, devido a uma instabilidade da coluna lombar. Se realizarmos somente analgesia e alongamentos, estaremos diminuindo o efeito (dor), e relaxando o músculo tenso; mas desta forma iríamos tirar o mecanismo de proteção da nossa coluna (que apesar de inadequado, estava lá com objetivo de proteger a articulação de movimentos indesejados e lesões), sem dar uma estabilidade para mesma. Sendo assim, a tensão iria voltar, no mesmo lugar ou em outro, a fim de compensar este déficit de estabilidade.

A estabilidade da coluna se dá pelos músculos paravertebrais profundos, como os multífidos; pela musculatura abdominal (reto, oblíquos e transversos); assoalho pélvico e diafragma. Este conjunto de músculos juntos forma uma espécie de caixa para nossas vísceras, dentro da qual deve ser mantida uma pressão ideal: a famosa Pressão Intra-Abdominal (PIA). Esta pressão é peça chave para uma coluna estável. Trabalhar esta musculatura e a manutenção da PIA nada mais é do que treinar o Core, trabalhar o Power House ou encontrar o Equilíbrio Tóraco-Abdominal.



Agora que desmistificamos estes conceitos, vemos que não importa se você faz Pilates, RPG, treino do Core, ou fisioterapia "convencional". Um bom profissional é aquele que sabe identificar estes elementos no seu paciente ou aluno e, com qualquer técnica e muito conhecimento, melhorar a sua dor, sua postura e sua performance durante o exercício!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Maratona de Avaliação Postural



Se você quer saber como está sua postura, não perca tempo! Agende já sua avaliação postural.
A avaliação é feita por fotogrametria computadorizada, fornecendo dados visuais e também objetivos sobre a sua postura, permitindo compará-la com o padrão de referência normal, e também sua postura em diversos momentos (você pode realizar um tratamento de realinhamento postural e uma reavaliação no final, para constatar as melhoras)!

Esta promoção só é válida na Contours Itaim, para mulheres, não sendo necessário ser aluna da academia.

Você também pode realizar sua avaliação postural (homens ou mulheres) na clínica Fabio Medina Assessoria Esportiva.

Ligue já e agende sua avaliação!!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica, de causa ainda desconhecida, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas, entre 20 e 40 anos de idade. 

A esclerose múltipla ocorre devido à destruição da bainha de mielina – estrutura que recobre e isola as fibras nervosas – no sistema nervoso central. 

 Ainda não se sabe ao certo o que causa a degeneração da camada isoladora lipídica de mielina que envolve as células nervosas, porém uma hipótese muito discutida é que a destruição da mielina seja causada pelo próprio sistema imune do indivíduo, com alteração das células gliais (responsáveis pela produção e armazenamento da mielina). Também parece existir uma propensão genética à doença. 


Como manifestações clínicas ocorre uma piora do estado geral do paciente, frequentemente associada a fraqueza muscular, rigidez e dores articulares, incoordenação motora, perda do equilíbrio, dificuldade para andar, tremores e formigamentos. 

Em casos mais severos, a doença pode provocar insuficiência respiratória, incontinência ou retenção urinária, alterações visuais graves, perda de audição, depressão e impotência sexual. 

A progressão da doença é bastante variável, distinguindo-se três subtipos de esclerose múltipla, de acordo com a evolução da doença: 

- remissões alternadas com períodos de exacerbação; 
- grave e progressivo; 
- lenta e com sintomas moderados. 

O prognóstico da doença é muito variável, dependendo do subtipo de esclerose e idade de início dos sintomas. 

O paciente com esclerose múltipla deve realizar tratamento medicamentoso, aliado à fisioterapia, visando manter o paciente ativo e com uma boa qualidade de vida. 

Como objetivos do tratamento fisioterapêutico temos: fortalecimento muscular, ganho/manutenção de flexibilidade e amplitude de movimento articular, treino de coordenação motora, equilíbrio e marcha, diminuição da espasticidade e de distúrbios sensitivos, e orientações ao paciente e familiares ou cuidadores. Em casos mais graves, a fisioterapia pode atuar na área respiratória, com exercícios de reexpansão pulmonar e manobras de higiene brônquica.

Clique para a ver a notícia:

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O esporte paraolímpico quebrando preconceitos

Já falamos aqui sobre o rugby em cadeira de rodas, um exemplo de esporte adaptado.
Hoje vou colocar um texto da educadora física Nivia Junqueira
sobre esporte paraolímpico:



Em geral diversas pessoas que adquiriram alguma deficiência devido a acidentes, por exemplo, encontraram no esporte adaptado o estímulo necessário para dar continuidade à vida. Atualmente, é possível encontrar escolas e clubes preparados para o atendimento desse público, principalmente nas capitais brasileiras. Basquete e Handebol para cadeirantes, Futebol para deficientes visuais, Natação, enfim, diferentes esportes olímpicos.

O Brasil já faz sucesso no mundo todo com seus atletas paraolímpicos, como o nadador Daniel de Faria Dias, maior nome brasileiro na Paraolimpíada de Pequim de 2008. Ele conquistou os recordes de natação nas categorias 100m e 200m livre, 100m costas e 200m medley, com o tempo de 2min52s60. O atleta também é o recordista de medalhas do Parapan, com oito de ouro.


O esporte adaptado é mais um exemplo dos benefícios físicos, sociais e psicológicos que a atividade física nos proporciona, sem contar as lições de vida que emocionam a todos. Apesar de excelentes resultados dos brasileiros nas paraolimpíadas e do aumento do interesse nessas atividades, ainda há o preconceito por grande parte da população.
O preconceito pode ser modificado através de conscientização e informação. Se colocar no lugar do outro e entender o que acontece na vida de uma pessoa com deficiência faz toda diferença. Procure se informar! Como dizem: "Preconceito é a sua Ignorância".



Aguardem mais posts sobre diferentes esportes adaptados.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Reflexos primitivos e sua aplicação no esporte

Os reflexos primitivos são originados no sistema nervoso central, e são ligados a reações de sobrevivência como busca de alimentação e proteção, além de reflexos posturais, que são precursores do movimento voluntário. Estão presentes em bebês, porém conforme ocorre a maturação do sistema nervoso central (mielinização, arborização e formação das sinapses das células nervosas), estes reflexos são inibidos pelos centros superiores de controle, com crescente aumento do controle voluntário do movimento. 

Por este motivo, diz-se que estes reflexos tendem a desaparecer na criança com desenvolvimento normal, e são somente mantidos em casos de atraso do desenvolvimento motor ou doenças/lesões neurológicas que influenciam nessa maturação do cérebro, como a paralisia cerebral. 

Entretanto, se avaliarmos o movimento adulto, podemos ver que estes reflexos permanecem integrados em nosso programa motor, porém de forma refinada, sendo usado em situações específicas. 

Vejamos alguns exemplos: 

O RTCA (reflexo tônico cervical assimétrico) é estimulado pela rotação da cabeça e causa a extensão dos membros para o lado em que a cabeça foi rodada e diminuição do tônus extensor com aumento da flexão dos membros contralaterais. 



Apesar de ser inibido por volta do 4º mês, podemos ver que ele é utilizado em alguns esportes, principalmente os que envolvem arremessos e alcance.




Já o RTL (reflexo tônico labiríntico) é evocado por reações de endireitamento da cabeça, sendo que a extensão cervical aumenta todo o tônus extensor. Em pacientes com paralisia cerebral severa, a não modulação deste reflexo leva ao opistótono, curvatura de todo o corpo para trás, de forma tônica, mantida. Também ocorre em casos de tétano.



Por outro lado, podemos ver o uso deste reflexo de forma modulada em esportes como a ginástica olímpica, que envolvem orientações não usuais do corpo, como ficar de cabeça para baixo. 



Diante destes exemplos, vemos que os reflexos primitivos não são abolidos pelo sistema nervoso central; são apenas refinados e incorporados a diferentes programas motores – referentes a diversas tarefas – que são utilizados de forma voluntária para realização de um movimento mais preciso.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dicas de alongamento para fazer no trabalho

Vimos que quem trabalha horas sentado ou vive uma vida sedentária pode ter risco aumentado para diversas doenças como obesidade, diabetes, colesterol e hipertensão. Além disso, a falta de atividade física e a má postura no trabalho podem ocasionar diminuição da flexibilidade, aumentando o risco de dores, principalmente as lombalgias (dor nas costas), cervicalgias (dor no pescoço) e doenças por esforços repetitivos (LER/DORT) como bursites e tendinites.



Sabemos que as jornadas de trabalho são cada vez maiores e que a rotina de quem vive nas grandes cidades, sujeitos a horas de trânsito, muitas vezes não permite que tenhamos um tempo dedicado ao exercício físico.

Sendo assim, separei alguns exemplos de alongamentos simples, que podem ser realizados até mesmo no ambiente de trabalho:

Apoie uma mão sobre a cabeça, e puxe-a para o lado, depois troque a mão e faça o mesmo para o outro lado. Importante: tente aproximar a orelha do ombro, mas não o ombro da orelha, mantenha os ombros relaxados!

Apoie as mãos entrelaçadas atrás do pescoço e deixe a cabeça pesar para a frente.
Faça o mesmo para as diagonais.

Sentado, curve o tronco para um dos lados, com o braço estendido.  Tenha a intenção de fazer o braço "crescer", porém sem desapoiar os ísquios (os ossos que sentimos abaixo dos glúteos, quando sentamos) da cadeira. Faça o mesmo para o outro lado.
Leve os braços para cima, e com a mão direita, segure o cotovelo esquerdo, depois faça com o outro lado. Dica: mantenha-se olhando para a frente, sem deixar o pescoço flexionar!
Estenda um braço a frente, com a palma da mão para cima. Apoie a outra mão sobre esta, e force a palma da mão inteira (não só os dedos) para baixo. Não se esqueça do polegar! Faça o mesmo com a palma da mão para baixo, e depois repita os dois movimentos com o outro braço.

De pé, segure um pé atrás das costas (pode se apoiar em algum móvel com a outra mão), tentando manter os dois joelhos alinhados. Não deixe o bumbum empinar...encaixe bem o quadril, forçando-o para a frente.  Troque a perna e repita.
 
Em pé, abrace seu joelho a frente, e puxe-o em direção ao peito. Faça o mesmo com a outra perna. 
Sentado, cruze a perna esquerda sobre a direita, e  puxe-a para a direita. Para ser efetivo, é essencial que os ísquios mantenham-se encostados na cadeira. Inverta e faça o mesmo do outro lado.
Afaste um pouco as pernas (no seu limite), com os pés paralelos. Flexione uma das pernas, apoiando-se nela, enquanto mantém a outra estendida. O peso deve ficar na perna flexionada. Ao terminar, repita com a outra perna.


Coloque uma perna a frente da outra, como se desse um passo a frente. Flexione e deixe o peso na perna da frente, apoiando-se nela, enquanto mantém a perna de trás estendida. Deve-se manter os dois calcanhares no chão. Troque a perna da frente e repita.


Todos os exercícios devem ser repetidos 2 a 3 vezes, mantendo cada posição por aproximadamente 30 segundos. É rápido e simples, e pode ajudar muito a prevenir dores e lesões!


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Como tratar as lombalgias

Atualmente, as longas jornadas de trabalho e o sedentarismo, tem levado grande parte da população a sofrer de dores nas costas, geralmente diagnosticadas como lombalgias. Como já vimos anteriormente, lombalgia não é diagnóstico e sim um sintoma (dor na região da coluna lombar), e suas causas podem ser muito variadas.

Sendo assim, o tratamento de cada paciente deve ser muito diferenciado. É importante verificar, antes de tudo, se não há uma causa que deve ser tratada por um médico, como hérnias de disco, osteoartroses, artrites, tumores ósseos ou doenças viscerais (em órgãos como rins, fígado, estômago etc). Nestes casos, o tratamento medicamentoso ou cirúrgico deve ser realizado, e posteriormente deve-se iniciar a fisioterapia, se necessário.

Descartando estas opções, restam as causas mecânicas, ou seja: quando realizamos esforços repetidos ou contínuos sobre uma articulação instável ou com posturas incorretas, músculos, articulações e ligamentos ficam sobrecarregados, causando dor.
 
A maioria dos tratamentos oferecidos realizam analgesia utilizando recursos de fototermoeletroterapia (os famosos choquinhos, calor e gelo) e alongamentos, que diminuem a tensão da musculatura sobrecarregada, aliviando a dor. Entretanto, estes recursos caracterizam uma fisioterapia paliativa, que trata somente os sintomas, e não as causas da lombalgia. Desta forma, a dor volta, e a fisioterapia é considerada um método não eficaz.

É importante realizar a avaliação postural de cada paciente, verificar se existem articulações com hiper ou hipomobilidade, músculos que não estão sendo ativados no momento ou intensidade correta, e se os movimentos estão sendo realizados da maneira ideal.

Após identificados estes fatores, devemos trabalhá-los um a um, aliando os recursos terapêuticos manuais com exercícios de força e estabilização, além da correção dos movimentos e, no caso de atletas, correção do gesto esportivo.

Aguardem o post sobre estabilização da coluna, o famoso CORE...



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Novos horizontes...

A Obbia Fitness é uma importante referência nas linhas sportwear, beachwear e fitness.

Preocupada não só com a venda de seus produtos, mas também em trazer informações aos seus consumidores, a Obbia mantém um blog com matérias sobre moda, esporte, saúde e bem-estar.

E olha só quem está lá, dando dicas para o período de trabalho:


Esse assunto já foi abordado aqui no blog, nas seguintes matérias:



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Quer ser cirurgião? Aprenda com jogos interativos!

Pra você que sonha em ser cirurgião, ou que quer ao menos entender melhor como funciona uma cirurgia ortopédica, aí vai uma ótima dica: jogos interativos, com animações passo a passo de uma cirurgia.

Além disso, o jogo ainda traz perguntas para testar seus conhecimentos no assunto.

Artroplastia total de joelho

Artroplastia total de quadril

Artroplastia parcial de quadril

Escolha a melhor prótese

Jogue, divirta-se e aprenda muito!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Acessibilidade: um longo caminho pela frente

A acessibilidade é um assunto que está "na moda" atualmente.
Está no direito da pessoa com deficiência ter acesso a qualquer ambiente público ou habitação com autonomia, e muitas obras já vem sendo realizadas a fim de melhorar a acessibilidade do deficiente. Muitas novas construções já começam a ser realizadas respeitando os padrões de acessibilidade regulamentados, porém mesmo em locais que passaram por reformas com este intuito, a acessibilidade ainda deixa muito a desejar, como podemos ver nesta reportagem da Folha de São Paulo:


O Desenho Universal aplicado à habitação é uma iniciativa do Governo de São Paulo junto ao CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) de promover a acessibilidade de forma democrática, simples e segura, proporcionando maior qualidade de vida aos moradores dos conjuntos habitacionais de São Paulo. Desta forma, tanto as casas como bairros devem ser inclusivos, garantindo o direito dos cidadãos. Esta iniciativa teve início em 2008, e é aplicada pelas secretarias estaduais de Habitação e dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Os 7 princípios do Desenho Universal são:

1) Uso equitativo: propor espaços que possam ser utilizados por usuários de capacidades diferentes, evitando a segregação ou estigmatização de qualquer usuário;


2) Uso flexível: criar ambientes adaptáveis, cujas dimensões possam ser alteradas de acordo com as habilidades e necessidades de cada usuário;

3) Uso simples e intuitivo: permitir a fácil compreensão do espaço, eliminando complexidades desnecessárias, e disponibilizando informações segundo a ordem de importância;

4) Informação de fácil percepção: utilizar diferentes meios de comunicação, como escrito, desenhos, Braille e dispositivos sonoros, permitindo que as informações essenciais estejam disponíveis para todos;

5) Tolerância ao erro (segurança): priorizar a segurança na concepção de qualquer ambiente, assim como a escolha dos materiais adequados - como corrimão e equipamentos eletromecânicos - visando minimizar os riscos de acidentes;

6) Esforço físico mínimo: dimensionar elementos e equipamentos para que sejam utilizados de forma segura, confortável, e com o mínimo de esforço;

7) Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente: permitir o acesso a espaços e o alcance de objetos tanto para pessoas em pé, como sentadas em cadeiras de rodas, ou até mesmo utilizando órteses ou muletas e andadores.

Ainda temos um longo caminho a percorrer até que a acessibilidade esteja presente em nossas vidas de modo integral, mas as mudanças já estão começando.
Mais informações como parâmetros e diretrizes do Desenho Universal podem ser encontradas no livro "Desenho Universal - Habitação de Interesse Social", emitido pelo Governo do Estado de São Paulo em março de 2010.