segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Teste da pisada

Hoje em dia, muitas lojas de calçado oferecem o "teste da pisada" para seus clientes, prometendo desta forma vender o tênis mais adequado para cada tipo de pé.


Para ter certeza de que o teste que você está fazendo em alguma loja tem validade, certifique-se da formação da pessoa que irá aplicá-lo. Este teste deve ser aplicado por fisioterapeutas, ou outro profissional com estudo na área de biomecânica da marcha.


Se este profissional for capacitado, conseguirá avaliar a sua pisada no "olhômetro". Mesmo assim, esta avaliação é muito subjetiva e sujeita a erros, os quais diminuem com a experiência do avaliador.

Um teste mais confiável é o pedígrafo, no qual a pessoa pisa sobre uma plataforma que faz uma espécie de "carimbo do pé".
Este método permite a avaliação estática do seu pé, porém às vezes o padrão de pisada durante a caminhada ou corrida (dinâmicas) é diferente do estático.

Um outro método é a baropodometria, que consiste em avaliar a distribuição de pressão em cada parte do pé, e pode ser realizada em movimento. Este teste pode ser feito descalço, pisando em uma plataforma com sensores de pressão; ou calçado, colocando-se uma palmilha dentro do tênis. 

Em ambos os casos o processamento é computadorizado, portanto muito mais objetivo que os métodos anteriores.

Mesmo assim devemos tomar cuidado, pois mesmo com tanta tecnologia o teste pode não ser adequado para avaliar a pisada. Isto ocorre no caso de uma pista muito pequena (quando não se tem espaço para manter um ritmo constante da passada, e deste modo só se avalia a aceleração e desaceleração do movimento) ou quando o sujeito avaliado é instruído para pisar em determinada parte da pista (onde fica a plataforma), pois assim a passada não é natural, e portanto alterada.


Vimos então que este teste, apesar de cada vez mais presente nas lojas de calçados, deve ser reailzado com uma metodologia correta, e por especialistas na área. Não acredite em qualquer um!

Além disto, saiba que utilizar um sapato para pé normal, plano ou cavo fará com que você tenha um amortecimento maior em determinada parte do pé, e portanto irá remediar dores durante a corrida/caminhada a curto prazo. Porém como já explicado no post sobre fascite plantar, esta medida não irá tratar a causa do problema, e um trabalho de correção da pisada e fortalecimento da musculatura intrínseca do pé deve ser feito para resolver de fato a causa da dor.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Queda na Ginástica Artística

Ontem, dia 26/10/11, a ginasta peruana Sandra Collantes sofreu um acidente durante sua apresentação na etapa All Around (individual geral) da ginástica artística, na qual as ginastas disputam em todos os aparelhos (faz-se a soma das notas em cada um dos 4 aparelhos).

A peruana estava em sua primeira rotação, nas barras paralelas assimétricas, e na hora da saída do aparelho bateu a nuca na barra mais alta.

Veja o vídeo:



A ginasta foi então imobilizada e levada ao hospital Real San José com suspeita de lesão cervical, porém os exames não detectaram lesão grave.

Um acidente parecido ocorreu com a Jaqueline, do vôlei, que também foi levada ao mesmo hospital com fratura cervical e passa bem.















Felizmente as atletas estão bem, e não ocorreu nada mais grave, como uma lesão medular.

Agora nos resta continuar torcendo por nossos atletas nesse Panamericano!!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Transplante de células tronco na lesão medular


Já falamos aqui sobre a lesão medular e suas consequências, entre elas a paraplegia.
Ontem vimos uma notícia muito animadora a respeito de um transplante de células tronco bem-sucedido e um paraplégico que recuperou os movimentos das pernas. Veja a reportagem:

"Paraplégico dá primeiros passos após transplante pioneiro na Bahia.

Policial militar voltou a movimentar as pernas após nove anos.
Foram usadas células-tronco mesenquimais retiradas do próprio paciente.

Após seis meses do transplante de células-tronco realizado em Salvador, o major da Polícia Militar, Maurício Ribeiro, deu os primeiros passos. Ele caiu de um telhado e passou os últimos nove anos sem nenhum movimento da cintura para baixo.



"Eu dei o passo e me senti estranho, porque nove anos sem caminhar e perceber que eu estava conseguindo fazer isso sobre minhas próprias pernas. Então, foi uma sensação muito boa", emociona-se Maurício.

A cirurgia foi realizada depois de cinco anos de pesquisa. No procedimento, os médicos retiraram do osso do quadril do próprio paciente células-tronco mesenquimais, que têm grande capacidade de se transformar em diversos tipos de tecido, e injetaram diretamente no local onde a coluna foi atingida.

A técnica pioneira no país foi desenvolvida por cientistas da Fundação Osvaldo Cruz, no laboratório do Hospital São Rafael, em Salvador, onde está um dos mais avançados centros de terapia celular da América Latina. Dois meses depois de operado, Maurício já se equilibravasobre as pernas e até pedalava nas sessões de fisioterapia. Os médicos não sabem ainda se ele e os outros 19 pacientes que serão submetidos ao mesmo tratamento vão voltar a andar normalmente, mas já comemoram os resultados.



"É muito gratificante, e não somente isso, saber que isso é apenas uma ponta de iceberg, que com os resultados positivos nós podemos expandir essa técnica para um número maior de pacientes no futuro, além de continuar pesquisando formas de aprimorá-la", pontua Marcus Vinícius Mendonça, neurocirurgião.

Em entrevista, o neurocirurgião Marcus Vinícius Mendonça dá detalhes sobre o tratamento, confira no vídeo ao lado.

A família do policial militar nunca perdeu a esperança. "Quando aconteceu essa cirurgia, eu tive certeza de que Deus estava com a gente e que ele ia conseguir andar", declara Márcia Ribeiro, esposa de Maurício.

"Para quem não tinha nenhuma perspectiva, e hoje eu já tenho uma perspectiva de estar no andador, dando os primeiros passos, já é sinal de que alguma coisa está acontecendo, e daqui para frente acho que só tende a melhorar", espera Maurício."


Vemos que, apesar de ser um estudo ainda em fase teste, temos resultados promissores. Logo não podemos perder a esperança de um dia conseguir a cura da lesão medular e outras deficiências físicas.


Fonteg1.globo.com

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Salto alto

Não há dúvidas que um sapato de salto alto e bico fino deixam uma mulher muito mais elegante...
Entretanto, existem muitas consequências negativas pelo uso deste tipo de calçado:



- A postura alterada devido ao uso do salto alto provoca aumento de aproximadamente 26% da pressão na patela, onde é comum ocorrer osteoartrose nas mulheres.
- O salto alto empurra o centro de gravidade do corpo para frente, causando desalinhamento dos quadris e coluna.
- O salto alto aumenta substancialmente a pressão na parte dianteira do pé. Este aumento é proporcional ao tamanho do salto, podendo ir de 22% em saltos de 2,5cm a 76% num salto com 7,5cm. Este aumento também pode levar à metatarsalgia (dor na região anterior do pé, logo abaixo da cabeça dos dedos).
- O tríceps sural (músculo da panturrilha), assim como o tendão de Aquiles, se ajustam ao ângulo da perna, sendo comum o encurtamento destes em mulheres que usam salto alto constantemente.
- O uso do bico fino pode comprimir os dedos, tendo três principais consequências:
          - compressão dos nervos que passam na região, causando dor (conhecido como neuroma de Morton);
          - desalinhamento do I metatarso (osso logo abaixo do dedão do pé), conhecido popularmente como joanete;
          - dedos em martelo: os dedos são apertados dentro do sapato, sendo obrigadas a dobrar-se. Assim a musculatura destes dedos encurta, e não consegue mais estirar-se nem mesmo descalço.
- As tiras no calcanhar podem irritar a região, ocasionando um crescimento ósseo anormal, conhecido como deformidade de Haglund.
- O salto alto diminui a estabilidade do tornozelo, aumentando o risco de entorses, que podem levar a estiramento ou ruptura de ligamentos.

Por este motivo, escolha bem o seu sapato, e principalmente: cuide bem dos seus pés!!!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dia do Fisioterapeuta

Dia 13 de outubro foi o Dia do Fisioterapeuta!

Não há remuneração melhor do que ver a alegria e o agradecimento nos olhos e sorrisos de um paciente reabilitado! 

Para todos nós que amamos a nossa profissão, feliz Dia do Fisioterapeuta!


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia da Deficiência Física e Dia do Atletismo


Hoje, dia 11 de outubro, é o Dia do Deficiente Físico. Como amanhã é o Dia do Atletismo, vou postar um texto da minha colega, educadora física, Nívia Junqueira que une esses dois temas: Deficiência Física e Atletismo:

"Dia 12 de outubro, é comemorado o dia de Nossa Senhora Aparecida, dia das Crianças e também o dia do Atletismo. Essa modalidade é a mais antiga forma de praticar esporte (776 a. C.), pois envolve os movimentos básicos do ser humano: caminhar, correr, saltar e arremessar. Por isso, podemos afirmar que o atletismo está inserido em praticamente todos os esportes, como futebol, basquete, vôlei, handebol, entre outros.


Apesar dos movimentos de saltos e arremessos fazerem parte dessa modalidade esportiva, a palavra atletismo logo nos faz pensar em corrida. Isso porque ela abrange um maior público, principalmente nos dias atuais, com o boom das corridas de rua. Também nos lembramos de atletas famosos que nos faz vibrar quando novos recordes são batidos, como Usain Bolt.

Porém, poucos associam o atletismo com o esporte paraolímpico. Mas, saiba que mesmo as pessoas com algum tipo de deficiência podem praticar esportes. As provas são realizadas conforme a deficiência dos competidores e seguem regras de adaptação impostas pela Federação Internacional de Atletismo, como uso de próteses, cadeiras de rodas e guias, que não devem oferecer vantagens sobre outros competidores.

Em Atenas, no ano de 2004, o atletismo brasileiro mostrou sua força com 16 medalhas no total, sendo cinco de ouro. Nos Jogos Parapan-Americanos do Rio de Janeiro (2007) o Brasil terminou em primeiro lugar geral, com 25 medalhas de ouro, 27 de prata e 21 de bronze, totalizando 73 medalhas na modalidade.

Em 2008, nossos atletas paraolímpicos se saíram melhor que os atletas olímpicos. Os atletas paraolímpicos conquistaram 16 medalhas de ouro, 14 pratas e 17 de bronze. Enquanto os outros atletas saíram de Pequim com 3 ouros, 4 pratas e 8 bronzes.

No Mundial Paraolímpico de Atletismo desse ano, dos 25 atletas que foram representar nosso país, 17 subiram ao pódio e o Brasil terminou a competição em 3º lugar, além disso, dois terços dos nossos atletas paraolímpicos estão entre os três primeiros do mundo, segundo o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons.

O Brasil é hoje uma das potências do esporte adaptado no mundo e no campo do atletismo nossos principais atletas são: Lucas Prado, o meio-fundista Odair Santos, Terezinha Guilhermina, Jonathan Santos e Shirlene Coelho. Graças aos excelentes resultados o Governo passou a investir mais no esporte paraolímpico, repassando 1,3 milhão de reais ao CPB e em junho desse ano recebeu mais R$ 6.343.497,00 para aplicar em projetos de natação, hipismo adaptado, atletismo, futebol de 5 e judô para cegos.
 
Muito dificilmente você ligará a TV e verá alguma prova de deficientes físicos. Mas como você pôde ver, elas estão aí e nossos atletas fazem bonito no mundo todo. Parabéns a todos os atletas brasileiros de Atletismo, principalmente os Paraolímpicos pelos excelentes resultados e pela lição de vida deixada a todos nós!"


Fonte: Fabio Medina Assessoria Esportiva

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Protusão discal e Hérnia de disco

Os discos intervertebrais são importantes estruturas da coluna.



Com o envelhecimento, os discos intervertebrais vão perdendo sua hidratação e vão diminuindo de espessura. Isto faz com que o espaço entre as vértebras diminua. Quando somamos isto a movimentos excessivos ou repetitivos de flexão e extensão da coluna, estes discos podem serem comprimidos, e o ânulo fibroso sair de seu limite, causando a protusão discal.



Se esta protusão for ainda maior, com rompimento do ânulo fibroso e extravasamento do núcleo pulposo, temos a hérnia de disco. Uma hérnia pode chegar a comprimir raízes nervosas ou até mesmo a medula espinhal (que passa logo atrás das vértebras), e por este motivo os sintomas podem ir desde um formigamento nos braços ou pernas (dependendo se for na região cervical ou lombar), até causar dor intensa no trajeto do nervo comprimido. É muito comum ocorrer a dor no nervo ciático, o qual tem seu trajeto iniciando na coluna lombar e passa pelo glúteo e região posterior da perna. Também pode ocorrer, em casos mais graves, fraqueza e perda de função.


As hérnias na região lombar e cervical são as mais comuns, pois estas regiões apresentam maior mobilidade. Raramente ocorrem hérnias torácicas, e seus sintomas são mais inespecíficos.

O diagnóstico de uma hérnia pode ser clínico, mas são muito utilizados exames de imagem como ressonância magnética e tomografia.



Como tratamento inicial, deve ser realizado fisioterapia, com objetivo de aumentar espaço articular vertebral, reduzir dor e tensão muscular na região e estabilizar a coluna, por meio da ativação da musculatura profunda de coluna e abdômen. 


Em casos mais graves, onde o extravasamento do disco é muito grande e a compressão medular chega a prejudicar a função dos membros, pode ser realizado tratamento cirúrgico.