segunda-feira, 23 de junho de 2014

Síndrome do Impacto do Quadril- a lesão que aposentou Gustavo Kuerten

Lesões no quadril são muito comuns no esporte. E não só nos jogados com pernas e pés como o futebol e a corrida. Grandes nomes do tênis como Gustavo Kuerten e Magnus Norman sofreram com a Síndrome do Impacto do Quadril.

Vendo o exemplo do brasileiro, que teve a doença diagnosticada em 2001, conseguimos ver a influência que esta patologia pode ter no desempenho do atleta.

Em 2002 e 2004, Guga passou por cirurgias para remoção da cartilagem danificada do quadril, e manteve um programa rigoroso de reabilitação; porém o calendário longo de partidas manteve o tenista com dores enquanto jogava e seu desempenho foi caindo, até que ele decidiu se aposentar em 2008. Já longe das quadras, em 2013, Gustavo Kuerten passou por uma terceira cirurgia, dessa vez diferente, na qual foi implantada uma prótese de titânio no quadril do jogador.

Agora vamos entender essa lesão, partindo da anatomia do quadril:

A articulação do quadril é formada pelo fêmur (osso da coxa) e o acetábulo (parte da pelve), que se encaixam como uma bola no soquete. Revestindo o acetábulo existe uma cartilagem chamada labrum acetabular, com função semelhante ao labrum glenoidal, no ombro. Entre suas funções estão estabilizar a articulação do quadril, distribuir a pressão articular e distribuir o líquido sinovial, que nutre a articulação. Também possui nervos sensitivos e de dor. Quando existe excesso de impacto entre o acetábulo e a cabeça do fêmur, o labrum acetabular pode ser lesionado e causar dor.





Existem algumas possíveis causas para este impacto excessivo: 

-trauma direto sobre o quadril, ou movimento brusco de rotação do quadril

-movimentos repetitivos (principalmente de flexão + rotação interna de quadril), causando a somação de microlesões a cada movimento. Esses movimentos ocorrem muito no tênis, devido às mudanças bruscas de direção.

-deformidades aumentando o impacto entre as estruturas ósseas. Essas deformidades podem ser tipo CAM (deformidade da cabeça do fêmur) ou tipo PINCER (deformidade do acetábulo).



-quadro misto, onde há deformidades + movimentos repetitivos.

Os quadros mistos são os mais comuns, e tem maior incidência em adultos jovens, entre 20 e 40 anos, com alto índice de atividade física, mas pode acontecer com qualquer um.

Os sintomas iniciais costumam ser dor em fisgada ou travamentos do quadril, podendo evoluir para dor ao andar ou ficar muito sentado, entrar e sair do carro. A dor costuma ser na região inguinal, mas pode ser também na lateral das coxas ou glúteos. A queda do rendimento esportivo, no caso dos atletas, também é observada.



O tratamento deve ser precoce, evitando uma possível evolução para uma artrose do quadril. Inicialmente, opta-se pelo tratamento conservador, que consiste em fisioterapia; visando diminuição da inflamação local, alívio da dor e reequilíbrio muscular da região, além da correção do gesto esportivo, quando necessário.

Na falha do conservador, pode-se realizar intervenção cirúrgica por artroscopia, para remover a cartilagem danificada, ou ainda a colocação de prótese no acetábulo, cabeça do fêmur, ou ambos.

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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Pilates para tenistas

O tênis é um esporte que exige agilidade, força, resistência, equilíbrio, precisão e coordenação. Entretanto é um esporte muito assimétrico, e com muitas mudanças de direção; deixando o atleta mais susceptível a lesões como a epicondilite lateral e a lesão SLAP.

Pensando nessas características do esporte, muitas atletas da modalidade incorporaram o Pilates como forma de complementar seu treino esportivo; diminuindo o risco dessas e outras lesões, e ainda melhorando o desempenho esportivo.

Andy Murray e Serena Williams são exemplos de tenistas que já aderiram a essa prática e tiveram resultados muito significativos.

O Pilates trabalha o centro de força (também conhecido como CORE), formado por músculos como os abdominais e paravertebrais. Este CORE é responsável por manter a estabilidade da coluna, diminuindo o risco de lesões da mesma. Se o CORE não for acionado durante a prática do tênis, o atleta fará extensão excessiva da coluna de forma descontrolada e instável, causando dor e lesão.


Além disso, um tronco estável permite movimentos mais precisos e coordenados dos membros, melhorando a precisão das rebatidas e saque. 

Além de estabilidade, a coluna do tenista deve ter mobilidade para os movimentos torcionais e de extensão, e os membros devem ter bastante flexibilidade, para alcançar grandes amplitudes de movimento.

O Pilates trabalha também a força do manguito rotador, de forma concêntrica e excêntrica, melhorando a força da rebatida e do saque, mas também a força de desaceleração do membro, que aumenta a precisão do movimento e diminui o risco de uma lesão de SLAP. A junção destes fatores melhora a potência do movimento, essencial para os tenistas. Além disso, a assimetria de membros superiores destes atletas leva a um grande desequilíbrio muscular, que pode aumentar o risco de lesões. O Pilates trabalha para restaurar o equilíbrio da musculatura corporal como um todo, deixando o atleta mais simétrico e eficiente.



Outros benefícios do Pilates são a maior estabilidade e alinhamento de pelve, quadril, joelho e tornozelo, que ficam muitos susceptíveis a lesões devido às grandes mudanças de direção e deslocamentos laterais exigidos no esporte.

Também há uma melhora do controle respiratório, altamente desenvolvido no Pilates, e da concentração do atleta.

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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Lesão "SLAP" ou lesão do labrum: o ombro do arremessador

Muitos já ouviram falar de atletas que tiveram uma lesão no ombro chamada "SLAP lesion" ou lesão SLAP. É comum em esportes que envolvem arremesso ou saque, como tênis, vôlei, handebol, beisebol, entre outros. Mas você sabe o que é isso?













O úmero (osso do braço) se encaixa numa cavidade da escápula chamada glenoide. A glenoide, por sua vez, é revestida por uma cartilagem chamada labrum (ou lábio) glenoidal, que serve para proteger e também aumentar a estabilidade do ombro. A lesão SLAP ocorre quando o labrum se rompe ou se destaca da glenoide, podendo até entrar no meio da articulação do ombro, alterando sua capacidade de movimento e gerando dor.


Diversos jogadores como Rogério Ceni (futebol) e Murilo Endres (vôlei) já sofreram com essa lesão, portanto devemos entender bem o mecanismo da lesão para saber como preveni-la. 

Inicialmente, ocorre um encurtamento da cápsula posterior do ombro. Isto ocorre devido à grande sobrecarga que é gerada nessa região durante o final do arremesso ou saque. O braço está num movimento de alta velocidade e deve ser desacelerado pelos músculos da região. Entretanto, se eles não tem força suficiente para desacelerar o movimento, ou se o movimento é extremamente rápido, ocorre a sobrecarga na cápsula posterior do ombro de qualquer forma. A repetição desse estresse sobre a cápsula a leva a um processo de encurtamento e espessamento para aguentar a carga excessiva.


Veja o movimento em câmera lenta:


Porém este encurtamento é só o início de uma cascata de alterações no ombro. O encurtamento da cápsula muda o eixo de rotação do úmero para posterior e superior, aumentando assim a rotação externa e diminuindo a rotação interna no ombro. É comum vermos essas imagens em jogadores de beisebol, onde a rotação externa do ombro passa a ser excessiva e anormal, segundo os padrões biomecânicos. Essa situação coloca o labrum numa situação muito vulnerável, na qual ocorre cisalhamento, causando sua ruptura ou descolamento.

 Esta rotação externa exagerada pode levar a outros mecanismos de lesão, trazendo lesões associadas ao SLAP. Com a mudança do eixo de rotação do úmero, o ligamento glenoidal inferior anterior fica numa situação de pseudo-frouxidão (apesar de estar intacto, fica frouxo por não estar mais em contato ao redor do osso, como na imagem abaixo).

A - Posição normal dos ossos e ligamentos (sendo P, posterior e A, anterior). B - Frouxidão do ligamento glenoidal inferior anterior. C - A linha pontilhada mostra onde deveria estar o úmero, causando o estiramento do ligamento.
Assim, sem a restrição imposta pelo ligamento glenoidal inferior anterior, o úmero fica livre para fazer ainda mais rotação externa, ocasionando a torsão e compressão/esmagamento do manguito rotador.



Além disso, o tendão da porção longa do bíceps fica numa posição de torsão, o que aumenta o risco de lesão deste músculo e também o estresse no labrum glenoidal, piorando a lesão SLAP. A junção desses fatores ainda aumenta o risco de luxação ou subluxação anterior do úmero.

Entendendo o mecanismo da lesão SLAP, podemos concluir que a melhor forma de preveni-la é realizando o alongamento da cápsula posterior do ombro, e também fortalecendo os músculos do manguito rotador, para que estes consigam desacelerar melhor o movimento de arremesso e saque.



Também é recomendada a correção do gesto esportivo, para que o atleta consiga usar a rotação de tronco, de forma a auxiliar e diminuir a demanda rotacional do ombro.

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segunda-feira, 2 de junho de 2014

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