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sexta-feira, 3 de julho de 2015

Conheça o ZUZ!

Conheçam meu novo projeto: ZUZ - Fisioterapia e Pilates.

Localizado no bairro de Santa Cecília, São Paulo, o ZUZ surgiu com o desejo de mudar o estigma da fisioterapia no Brasil. A maior parte da nossa população sofre de dores crônicas, e muitos destes são encaminhados para fazer fisioterapia.



Porém, infelizmente, a maioria dos casos são tratados como uma "receita de bolo": dor no joelho? Faz ultrassom, alonga com elástico e faz agachamento....dor nas costas? Faz choquinho (TENS) e não flexione mais sua coluna....

Todo mundo igual, ao mesmo tempo, 10 sessões. Às vezes funciona, às vezes não, muitas vezes a dor volta depois de um tempo. E o resultado disso? As pessoas acham que fisioterpia é chato, e que nem sempre resolve.

Mas nós não somos todos iguais, não temos apenas uma articulação, e as dores não tem todas a mesma causa. Então não é estranho tratarmos sempre tudo da mesma forma?

O ZUZ - Fisioterapia e Pilates surgiu como alternativa a estes tratamentos. Aqui fazemos avaliação global dos pacientes e alunos, da postura estática e dinâmica (durante os movimentos), para então indicar o tratamento adequado: individualizado e global.

Muitas vezes uma dor no joelho vem de uma pisada errada; uma dor no ombro pode vir de uma escoliose, que pode vir de uma alteração no quadril.

Então, se estiver no ZUZ, não estranhe se vir um paciente com dor no pescoço fazendo exercício para os pés!



Por falar em exercício, esta é nossa principal ferramenta de trabalho! Os aparelhos de eletrofototerapia (TENS, ultrassom etc) são muito úteis em alguns casos, e não hesitamos em usá-los quando necessário. Se for o caso, também utilizamos terapia manual, bandagens, etc. Porém os exercícios são a base para melhorar nossa postura e movimento.

Isso porque o estilo de vida sedentário do mundo moderno é a causa da maioria de nossos problemas de saúde atualmente. Muitas pessoas com dores crônicas saem dos médicos com diagnósticos inespecíficos e realizam longos tratamentos sem resultados significativos. Isso ocorre pois não é feita uma avaliação global e completa do indivíduo. Erros posturais (às vezes bem distantes do local da dor) e movimentos realizados de forma inadequada são os responsáveis pela maioria destes casos.

Sendo assim, MEXA-SE! Esse é o significado da palavra hebraica ZUZ.

Mexa-se, por uma vida com mais saúde!

Conheça mais no nosso site: www.zuzfisiopilates.com



terça-feira, 24 de março de 2015

Como o Pilates e o Treinamento Funcional podem prevenir lesões no Trail Running

A corrida de montanha, ou trail running, é uma modalidade de corrida que está em constante crescimento. Entretanto, o terreno acidentado e o relevo irregular propiciam um maior número de lesões.

Sendo assim, os atletas devem ter um preparo prévio (e não simplesmente migrarem da corrida de rua para a montanha), que seja complementar ao treino de corrida, para minimizar os riscos de se lesionarem.

Algumas boas alternativas são o Pilates e o Treinamento Funcional, nos quais muitos exercícios podem ser dados especificamente para estas demandas.

Vamos ver alguns deles abaixo:

Uma banda elástica ou uma bolinha podem ser usadas para trabalhar o fortalecimento da musculatura intrínseca dos pés; dando estímulo proprioceptivo para o arco plantar e melhorando o posicionamento do mesmo na pisada. Previne patologias como fascite plantar e canelite.





Outra forma de fortalecer os flexores dos dedos é usando a barra fixa do Cadillac, para estímulo do arco plantar.

Esse exercício exige muita força desta musculatura, logo é comum sentir cãibras na sola do pé quando não se está  acostumado com o exercício.




Este fortalecimento pode ser aliado ao treino de mobilidade de coluna e força de abdômen e quadríceps, para acresecentar mais dificuldade ao exercício.










Juntando o fortalecimento intrínseco dos pés com o fortalecimento, controle e velocidade de reação da musculatura de tornozelos, prevenimos entorses. O entorse de tornozelo é a lesão mais comum entre os corredores de montanha, por causa dos grandes desníveis do solo. Uma opção de exercício é com o macarrão (aqueles de boiar na piscina!).




Para prevenir lesões na região do joelho, como a síndrome fêmoro-patelar e a síndrome do estresse da banda ileotibial, temos que garantir também o alinhamento do joelho. Seguem algumas ideias de como trabalhar esta questão:

-usando a chair em conjunto com acessórios (bosu e disco de rotação):





-usando o wall unit (ou o cadillac), com ou sem o disco proprioceptivo



Outra forma de prevenir o valgismo dinâmico do joelho (quando este vai para dentro durante o movimento) é unir o equilíbrio unipodálico, que neste caso foi dificultado pisando no bosu, com uma mola vinda do lado oposto, obrigando o indivíduo a fazer a força de rotação externa da coxa, como na seguinte foto:



Não podemos pensar em alinhamento de joelho sem trabalhar também a estabilidade e o controle de posicionamento da pelve, que se dá muito devido à ação do glúteo médio.

Podemos usar uma banda elástica em torno das coxas e pedir uma marcha lateral, ou ainda colocar o corredor na posição ajoelhado sobre a chair, e pedir a tríplice extensão do membro contralateral empurrando o pedal do aparelho. Usando uma mola leve, a necessidade de estabilização da pelve com o recrutamento do glúteo médio é bem alta.






As fotos a seguir mostram exercícios que, se feitos no posicionamento correto, trabalham a posição neutra da pelve, não deixando que ocorra uma retroversão nem uma anteversão da mesma. A retroversão facilita a retificação da coluna lombar, que por sua vez aumenta o risco de hérnias discais. Já a anteversão costuma vir acompanhada de uma hiperlordose lombar e dores na região, muito comuns em atletas que fazem muitas subidas e descidas em seus trajetos de prova ou treinos.



Outra coisa que deve ser evitada é o excesso de rotação da pelve durante a corrida. Que tal então acrescentar um disco de rotação ao clássico exercício de agachamento a fundo? Se a pessoa tiver a tendência de rodar a pelve, o disco irá girar na subida do agachado para o em pé. Pedir para a pessoa não deixar que isto aconteça é uma ótima forma de diminuir essa rotação indesejada.


 





Concluindo, podemos realizar o treino do tônus extensor utilizando a bola suíça. Este trabalho ajuda a manter a coluna alinhada durante a corrida, prevenindo dores na lombar, torácica e cervical. Neste exercício, o foco é fazer o movimento de sentar-se na bola com um só pé apoiado no chão durante a descida; e rapidamente se levantar, apoiando os dois pés no chão ao fim do movimento. Rapidamente também, se tira o outro pé do chão enquanto volta a sentar na bola. Este exercício só consegue ser bem executado quando há a ativação do tônus extensor pelo Power House - ou CORE, com o crescimento axial da coluna. Por se tratar de um exercício bem dinâmico, é muito importante certificar-se que a bola está fixa em alguma estrutura, para evitar acidentes.

É claro que existem muitas outras possibilidades de exercícios que atendem as demandas dos corredores de montanha, porém estas ideias ajudam a direcionar o treino do atleta para que ele tenha uma aula diferenciada e individualizada, com foco nas necessidades específicas deste esporte.

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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Artrite, Artrose e Pilates

Com a maior longevidade da população, temos também o aumento das doenças crônico-degenerativas. Fazem parte deste grupo as doenças reumáticas, como artrite e artrose.

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune. Por afetar principalmente as membranas sinoviais (camada fina de tecido conjuntivo que envolve as articulações), é caracterizada por uma inflamação articular (mãos, punhos, joelhos, cotovelos, tornozelos, pés, ombros e coluna), e pode levar à incapacidade funcional dos pacientes acometidos.

Outras manifestações sistêmicas da doença são rigidez matinal, por pelo menos uma hora, fadiga e perda de peso. Apesar de afetar duas vezes mais as mulheres do que os homens entre 50 e 70 anos, a artrite reumatoide pode manifestar-se em ambos os sexos e em qualquer idade.

A osteoartrose é uma doença crônica das articulações caracterizada pela degeneração da cartilagem e dos ossos próximos, que pode causar dor, rigidez e redução da funcionalidade das articulações afetadas. É mais comum nas mãos, punho, ombros,cotovelos, coluna, joelho e pés. Uma de suas principais causas é o atrito que ocorre entreos ossos, que por sua vez pode ocorrer quando há um desalinhamento da articulação (má postura) ou do movimento, ou ainda quando há uma sobrecarga muito grande sobre a mesma.























Por este motivo, é muito comum em obesos e trabalhadores braçais, além de pessoas com idade avançada. Em casos mais graves, o espaço interarticular pode até se tornar inexistente, e ocorre a formação de pequenas calcificações na articulação, chamadas osteófitos.

Em ambos os casos, são comuns sintomas como dor, rigidez articular e diminuição da amplitude de movimento.O Pilates pode ser uma ótima alternativa de tratamento para estas patologias, atuando em diversas frentes.

Além de trabalhar a amplitude de movimento, por meio de alongamentos, o Pilates tem seu papel na melhora da consciência corporal e, consequente, no realinhamento postural, diminuindo assim o atrito excessivo entre as articulações e o risco da formação de osteófitos. Também trabalha o fortalecimento muscular, que protege e estabiliza a articulação e melhora a funcionalidade.

Não só isso, mas o próprio movimento aumenta a lubrificação das articulações, diminuindo a dor e melhorando a qualidade do movimento. Juntando todos estes fatores, ocorre também uma diminuição importante do risco de deformidades articulares e melhora na qualidade de vida.

Os exercícios podem ser realizados com baixo impacto e baixa sobrecarga, sem causar dor, sempre respeitando o limite de cada indivíduo.

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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Tendinopatia do tendão de Aquiles

O tendão calcâneo (também conhecido como tendão de Aquiles), é o maior e mais forte tendão do corpo humano. Ao mesmo tempo, ele é o mais acometido em pessoas que praticam atividades de alta sobrecarga na região da panturrilha, como a corrida, a dança; ou esportes que envolvam saltos, como vôlei e basquete.



É uma lesão por overuse, ou seja, ocorre principalmente quando há um excesso de treinamento, seja pela alta intensidade ou volume de treino, ou por falta do tempo de descanso entre um treino e outro.

Quando sobrecarregamos uma estrutura como o tendão, ocorrem microlesões locais, que são regeneradas após a atividade física. Entretanto, se o tempo de descanso for inadequado e voltarmos a sobrecarregar este tendão antes da sua regeneração, os micro traumas não cicatrizam e vão se somando, comprometendo a estrutura tendínea.

A degeneração crônica pode ocorrer, levando à tendinopatia, e a partir deste momento, sintomas como dor, rigidez e inchaço são comuns. O tendão mal cicatrizado e mais fracotambém fica mais susceptível a rupturas.

Alguns outros fatores que predispõe à tendinopatia de Aquiles são erro na técnica esportiva (pisada errada), pronação excessiva do pé, baixa flexibilidade dos músculos tríceps sural e isquiotibiais, fraqueza do glúteo médio e pouca mobilidade do tornozelo.

O Pilates é uma ótima alternativa para prevenir a instalação ou avanço dessa patologia, utilizando exercícios como alongamentos de cadeia muscular posterior, fortalecimento da musculatura de quadril, amplitude de movimento do tornozelo e estimulação do arco plantar medial.



Texto escrito para a Revista Pilates - leia o texto na íntegra aqui

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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Salto alto - como minimizar seus malefícios?

Hoje publico um texto que escrevi especialmente para minha mais nova parceria: o Blog da Paulinha.

Apesar de ser um blog de moda, lá escreverei textos e dicas sobre saúde e atividade física, pois é um assunto de interesse geral, certo?

E pra juntar bem os dois assuntos, resolvi escrever sobre salto alto:

"Escrever sobre os malefícios do salto alto num blog de moda não é fácil.

Todo mundo sabe – e sente na pele – que salto alto não é a coisa mais confortável do mundo, que dói os pés, afeta a postura etc. E eu, como fisioterapeuta, poderia enumerar diversas lesões que o salto alto pode causar. Apesar disso, sei que vocês, ligadas no mundo fashion, não iriam deixar de usá-lo, até por que todas nós sabemos o charme que um scarpin traz para o look (a Paulinha que o diga, né? rsrs).

Então resolvi fazer algo diferente: ao invés de só listar estes problemas, vou dar a dica de alguns exercícios que vocês podem fazer para prevenir cada um deles. Assim, o uso deste tipo de sapato pode ser menos sofrido e trazer menos conseqüências.



A postura alterada devido ao uso do salto alto provoca aumento de aproximadamente 26% da pressão na patela (osso do joelho), onde é comum ocorrer osteoartrose nas mulheres.

Como prevenir?

O fortalecimento da musculatura da região do joelho ajuda a proteger a articulação do desgaste da osteoartrose.

Um bom exercício é o agachamento.




O movimento deve ser executado como na foto ou, pode ser no chão mesmo. (Aqui é um exemplo do exercício em uma aula de treinamento funcional, onde o bosu – essa meia bola laranja – está sendo usado para dificultar a execução. Na primeira imagem, o exercício é realizado com o bosu invertido).

Os joelhos não devem passar para frente das pontas dos pés (flexão de mais ou menos 90° do joelho), e também não podem se juntar.

Pode ser realizado de forma isométrica (fica parado nesta posição), ou isotônica (agachando e levantando).No primeiro caso, realizar 3 séries de 30 segundos a 1 minuto; e no segundo, 3 séries de 15 repetições.



Outro fator importante é a alinhamento do joelho. Se você já tem o joelho valgo (em “X”, ou para dentro), terá mais riscos de desenvolver osteoartrose.

Um bom exercício para isso é ficar em um pé só, como na foto, sem deixar que as espinhas ilíacas (aqueles ossinhos na frente do quadril) fiquem desalinhados.

O salto alto empurra o centro de gravidade do corpo para frente, causando desalinhamento dos quadris e coluna.

Como prevenir?"

Continue lendo o texto na íntegra


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Dry Needling (ou Agulhamento à Seco)


O Dry Needling ou Agulhamento à Seco é utilizado por muitos fisioterapeutas como um método eficaz para o tratamento de dores e tensões musculares. É capaz de atuar em casos de cefaléias tensionais, tendinites, dores na articulação temporo-mandibular, lombalgias e em outras dores de origem músculo-tendínea.

O procedimento é realizado com a utilização de agulhas muito finas, como as utilizadas pela acupuntura, que são inseridas em pontos gatilhos, ou mais comumente chamados de “nós”. Esses pontos são responsáveis pela tensão muscular e estão relacionados à produção e manutenção do ciclo de dor.

Com a inserção da agulha, o ponto é estimulado, iniciando o aumento do fluxo sanguíneo na área e interrompendo o ciclo de dor, trazendo uma sensação imediata de relaxamento para o local e desfazendo o chamado "nó". Após a aplicação, o paciente já sente o alívio das dores musculares.




Apesar de usar agulhas como as da acupuntura, as duas técnicas são muito diferentes quanto aos seus objetivos e formas de avaliação e tratamento.

A acupuntura visa o reequilíbrio energético através da harmonização do funcionamento dos órgãos internos, sendo capaz de melhorar dores, sejam estas musculares ou não, além de outras muitas doenças. Por mais que a dor seja muscular, avalia-se também os órgãos internos, afim de detectar se a causa da mesma pode ser o desequilíbrio energético causado por determinado órgão ou sistema. Se for este o caso, trata-se também o ponto referente a tal víscera.

O Dry Needling, por sua vez, visa diminuir a dor muscular através do agulhamento dos pontos gatilhos, sendo eficaz apenas em casos de dores músculo-tendíneas. O agulhamento, portanto, é feito no local da dor, ou seja, no ventre muscular do músculo acometido.


Escrito pelo Fisioterapeuta Fernando Pripas

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

5 coisas que você precisa saber sobre dor nas costas

Este é o título da minha entrevista para o blog Bicha Fêmea, que é um "espaço virtual feminino e de variedades". Agora sou consultora de saúde do blog, e ainda irei postar lá muitas dicas!
Confira um pouquinho deste primeiro post:

"5 coisas que você precisa saber sobre dor nas costas

Uma delas e talvez a que configura um mito, é de que os anos de vida virão acompanhados por ela. Você também achou que seria assim? Pois é, enganou-se! Velhice não significa, necessariamente, dor nessa área. Essa e outras verdades importantes que podem fazer diferença na sua vida estão listadas neste post para sua informação e bem estar.

Eu tirei todas as dúvidas, por nós, com a Denise Pripas, que é fisioterapeuta e a mais nova consultora do blog. Sorte nossa! Agora temos mais uma fonte segura de boas informações para cuidar melhor do nosso corpo daqui pra frente. A saúde agradece! Quer ver o que descobri nessa entrevista? Vem!



[1] Bicha Fêmea – Estar acima do peso favorece a dor nas costas?

Sim. O sobrepeso pode sim ser um fator agravante para quem tem dor nas costas, principalmente se a pessoa tiver acúmulo de gordura na região abdominal (esse acúmulo é mais comum nos homens, enquanto nós mulheres temos frequentemente a gordura acumulada nos culotes; porém isso não é uma regra, e muitas de nós também acumulam gordura na região do abdômen). Neste caso, o nosso peso fica deslocado pra frente, e os músculos paravertebrais (das costas) tem que fazer mais esforço para nos segurar e não deixar que a gente “caia” para a frente. Porém isso não significa que todo mundo acima do peso terá dor nas costas! Um “gordinho condicionado” provavelmente terá menos dor que um “magrinho sedentário”.
[2] Bicha Fêmea – Envelhecer significa passar a ter dores na região?

Não necessariamente. Com o envelhecimento, é comum que muitas pessoas diminuam seus afazeres e tarefas diárias, se aposentem, saiam menos de casa, e até se exercitem menos. Se esse for o caso, a possibilidade de conviver com dor nas costas é grande. Ao longo do processo de envelhecimento, é natural que os discos intervertebrais desidratem, que a flexibilidade diminua, aumentando a chance de desenvolver artrose na coluna. Entretanto, este é um processo natural, que deveria ser assintomático. Quando a pessoa tem sua mobilidade diminuída, como citado acima, esse processo natural torna-se exacerbado, aumentando o risco de dores. Mantendo hábitos saudáveis e se exercitando regularmente, uma pessoa idosa tem as mesmas condições de alguém mais jovem de ter ossos e músculos saudáveis, e viver com qualidade de vida e sem dor.

[3] Bicha Fêmea – Passar muito tempo sentada agrava a situação?"

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Síndrome do Impacto do Quadril- a lesão que aposentou Gustavo Kuerten

Lesões no quadril são muito comuns no esporte. E não só nos jogados com pernas e pés como o futebol e a corrida. Grandes nomes do tênis como Gustavo Kuerten e Magnus Norman sofreram com a Síndrome do Impacto do Quadril.

Vendo o exemplo do brasileiro, que teve a doença diagnosticada em 2001, conseguimos ver a influência que esta patologia pode ter no desempenho do atleta.

Em 2002 e 2004, Guga passou por cirurgias para remoção da cartilagem danificada do quadril, e manteve um programa rigoroso de reabilitação; porém o calendário longo de partidas manteve o tenista com dores enquanto jogava e seu desempenho foi caindo, até que ele decidiu se aposentar em 2008. Já longe das quadras, em 2013, Gustavo Kuerten passou por uma terceira cirurgia, dessa vez diferente, na qual foi implantada uma prótese de titânio no quadril do jogador.

Agora vamos entender essa lesão, partindo da anatomia do quadril:

A articulação do quadril é formada pelo fêmur (osso da coxa) e o acetábulo (parte da pelve), que se encaixam como uma bola no soquete. Revestindo o acetábulo existe uma cartilagem chamada labrum acetabular, com função semelhante ao labrum glenoidal, no ombro. Entre suas funções estão estabilizar a articulação do quadril, distribuir a pressão articular e distribuir o líquido sinovial, que nutre a articulação. Também possui nervos sensitivos e de dor. Quando existe excesso de impacto entre o acetábulo e a cabeça do fêmur, o labrum acetabular pode ser lesionado e causar dor.





Existem algumas possíveis causas para este impacto excessivo: 

-trauma direto sobre o quadril, ou movimento brusco de rotação do quadril

-movimentos repetitivos (principalmente de flexão + rotação interna de quadril), causando a somação de microlesões a cada movimento. Esses movimentos ocorrem muito no tênis, devido às mudanças bruscas de direção.

-deformidades aumentando o impacto entre as estruturas ósseas. Essas deformidades podem ser tipo CAM (deformidade da cabeça do fêmur) ou tipo PINCER (deformidade do acetábulo).



-quadro misto, onde há deformidades + movimentos repetitivos.

Os quadros mistos são os mais comuns, e tem maior incidência em adultos jovens, entre 20 e 40 anos, com alto índice de atividade física, mas pode acontecer com qualquer um.

Os sintomas iniciais costumam ser dor em fisgada ou travamentos do quadril, podendo evoluir para dor ao andar ou ficar muito sentado, entrar e sair do carro. A dor costuma ser na região inguinal, mas pode ser também na lateral das coxas ou glúteos. A queda do rendimento esportivo, no caso dos atletas, também é observada.



O tratamento deve ser precoce, evitando uma possível evolução para uma artrose do quadril. Inicialmente, opta-se pelo tratamento conservador, que consiste em fisioterapia; visando diminuição da inflamação local, alívio da dor e reequilíbrio muscular da região, além da correção do gesto esportivo, quando necessário.

Na falha do conservador, pode-se realizar intervenção cirúrgica por artroscopia, para remover a cartilagem danificada, ou ainda a colocação de prótese no acetábulo, cabeça do fêmur, ou ambos.

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Síndrome do chicote - acidentes automobilísticos

Estatísticas publicadas recentemente na revista Veja mostram que os acidentes automobilísticos são a segunda maior causa de morte no país. Além de muitos casos fatais, estes acidentes podem ter outras consequências, como fraturas, amputações e lesão medular.

Porém existe um tipo de lesão muito frequente em acidentes de trânsito, porém pouco comentada e entendida: a síndrome do chicote.

No Brasil, 300 a cada 100.000 habitantes são atendidos em setores de emergência por ano devido a esta síndrome. Considerando que muitos casos não são reportados nem diagnosticados, podemos afirmar que a incidência desta lesão é muito maior.

O mecanismo do chicote ocorre por uma aceleração-desaceleração de transferência de energia aplicada ao pescoço, e por isso é muito associada a acidentes de carro, já que é decorrente de freadas bruscas e/ou colisões.



O impacto na região cervical pode causar lesões ósseas e em tecidos moles, podendo ocasionar diversas manifestações clínicas, como cervicalgia (dor no pescoço), rigidez cervical, tontura e perda de equilíbrio, parestesias (distúrbios sensoriais como formigamento ou hipersensibilidade ao frio), alterações motoras no pescoço, e até problemas cognitivos, como a perda de memória. É comum também, além da dor cervical, dores em ombros, braços e coluna.

Esta série de sintomas pode se iniciar imediatamente após o acidente, ou até 15 horas depois. Entretanto, não há um critério diagnóstico concreto da síndrome, somente os sintomas referidos pelo paciente. É importante também realizar exames clínicos e de imagem para descartar fraturas, lesões musculares ou medulares.

A síndrome foi classificada segundo a Quebec Task Force em 4 graus:

- Grau 1: sem sem sinais físicos, mas com queixa de dor, rigidez e hipersensibilidade cervical;

- Grau 2: presença de problemas musculoesqueléticos como diminuição da amplitude de movimento e áreas de hipersensibilidade;

- Grau 3: Presença de sinais neurológicos, como déficits motores e/ou sensoriais ou anormalidade dos reflexos miotendíneos;

- Grau 4: Presença de fraturas ou luxações.

Apesar de não ser inteiramente esclarecida, acredita-se que existam lesões ocultas relacionadas ao mecanismo do chicote, como microfraturas nas articulações facetárias das vértebras. Também é possível que ocorram microlesões e distensões de estruturas como a cápsula articular, ligamentos, artérias, tecido neural e ânulo fibroso dos discos intervertebrais.



O tratamento inicial da lesão do chicote costumava ser a imobilização com colar cervical, porém estudos recentes concluíram que a imobilização prolonga o tempo de recuperação da síndrome. Portanto, o tratamento indicado atualmente é a fisioterapia. Com exercícios funcionais, deve-se aos poucos recuperar a amplitude de movimento e reeducar a musculatura, para que esta retorne aos padrões de movimento anteriores à lesão.


Por ser comumente associado a sintomas de estresse pós-traumático, o tratamento psicológico também é de grande valia para a recuperação dos indivíduos com a síndrome do chicote.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Bursite de quadril

Se você sente dor na região lateral do quadril, provavelmente já ouviu dizer que é bursite. Mas você sabe o que é isso?



Temos no nosso corpo diversas proeminências ósseas (locais onde o osso é mais saltado). para evitar que estas proeminências tenham atrito excessivo com os tendões e músculos próximos a elas, existem pequenas bolsas de fluido chamadas bursas. As bursas estão presentes em praticamente todos os segmentos de nosso corpo, porém entre as mais "conhecidas" (entenda-se: as que provocam maiores problemas) são a subacromial (do ombro) e a trocantérica (uma das bursas muitas do quadril).

A bursite trocantérica - ou bursite do quadril - é um processo inflamatório da bursa que recobre o trocânter maior (osso proeminente na lateral do quadril). Está geralmente associado a inflamações de músculos que passam ou se inserem no trocânter, como o músculo tensor da fáscia lata e o glúteo médio.



Os primeiros sintomas são dor aguda e intensa na região lateral do quadril, como pontada ou queimação, que pode irradiar para a parte posterior e inferior da coxa. Pode ser desencadeada por um trauma direto na bacia (como cair sobre o quadril ou bater a lateral da coxa na quina de uma mesa), ou então após longos períodos em pé, caminhando ou subindo e descendo escadas. Também é comum após acordar, se a pessoa tiver dormido sobre este quadril, e ao cruzar uma perna sobre a outra (como fazemos para sentar na posição de índio ou para amarrar o tênis). Quando se torna crônica, a dor passa a ser mais difusa porém mais forte.





Apesar do trauma direto ser uma das causas, é mais comum que ocorra por uso excessivo da musculatura da região, que fica sobrecarregada. Esta sobrecarga é ainda pior quando há um desalinhamento postural, pois este causa um desequilíbrio muscular, forçando mais alguns músculos e gerando a inflamação do local.

Desta forma, pessoas que tenham alterações posturais como escoliose, diferença no comprimento das pernas ou alteração da pisada estão mais propensas a desenvolver a bursite trocantérica.


Outros fatores de risco para desenvolver a doença são artrite reumatoide, prótese de quadril e presença de osteófitos (acúmulo de cálcio) na região.

O tratamento a curto prazo deve focar a redução do processo inflamatório, com compressas de gelo por 20 minutos a cada 2 horas, anti-inflamatórios e repouso, evitando as posições e movimentos que aumentam o atrito no quadril.

Este tratamento inicial irá curar o sintoma (dor, inflamação), mas não irá tratar a causa, que é o desalinhamento da postura ou o desequilíbrio muscular. Portanto, se a longo prazo estes fatores não forem tratados, a dor e a inflamação voltarão.

Sendo assim, após a resolução do processo inflamatório, o ideal é procurar um fisioterapeuta que te avalie como um todo, identifique suas alterações posturais e seus desequilíbrios musculares. Após esta meticulosa avaliação ele poderá tratar - por meio de exercícios, manipulações, bandagens, entre outras técnicas - a causa da sua sobrecarga, permitindo que você volte a desempenhar suas atividades diárias e esportivas normalmente!