terça-feira, 15 de abril de 2014

Tendinite do braquial: o “Cotovelo do Escalador”


Texto publicado no Blog de Escalada

Os membros superiores na escalada são essenciais para sustentar e deslocar o corpo. Devido a este alto grau de exigência, estudos mostram que a maior parte das lesões em escaladores acontece nos membros superiores.

Uma lesão muito comum na escalada é a tendinite do músculo braquial, e seu principal sintoma é dor na região anterior do antebraço.

Para entender melhor como ela ocorre, precisamos entender um pouco da anatomia e biomecânica do cotovelo.

Os principais músculos flexores do cotovelo são o bíceps braquial, o braquial e o braquiorradial.




O músculo braquial é o mais volumoso dos três, e se insere na região anterior do úmero e na tuberosidade da ulna. Por este motivo, é possível verificar por meio de eletromiografia (EMG) que ele é responsável pela maior parte da força de flexão de cotovelo, independente da posição do antebraço.

O bíceps braquial também é capaz de gerar muita força de flexão do cotovelo,porém somente quando o músculo está em posição neutra ou supinado (com a palma da mão virada para cima). Já com o antebraço em pronação (palma da mão para baixo), o sinal de EMG do bíceps braquial é quase nulo, mostrando que ele praticamente não participa do movimento nesta posição.

O braquiorradial é o menos volumoso e, portanto, contribui com menos força durante a flexão. Além disso, se o antebraço está pronado, este músculo tende a fazer flexão de cotovelo junto com movimento de supinação, e vice-versa.

Visto isso, podemos entender por que o músculo braquial é tão acometido. Durante a escalada, a maioria das pegadas é feita com a palma da mão para baixo. Como vimos na biomecânica, o bíceps braquial quase não atua nesta posição.

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