Semana passada, a seguinte notícia saiu na Folha.com: Espelhos ajudam a combater dor-fantasma em amputados.
Como isso é possível?
Todos nós temos em nosso cérebro áreas específicas para receber informações sensoriais vindas de cada parte do corpo. A representação destas áreas no cérebro ocorre como no famoso diagrama de Penfield:
Uma pessoa amputada, apesar de perder o membro, continua com essa área do cérebro ativa. Como não existe mais o membro para mandar as informações de sensibilidade para o cérebro, este fica "confuso" e pode interpretar isto como dor. Muitos amputados apresentam esta dor, a chamada dor-fantasma (o correto seria dor do membro fantasma, pois a dor é real!), e chegam até a sentir que o membro está disforme ou numa posição anatomicamente impossível, e portanto dolorosa.

Desta forma, ao colocar-se um espelho entre o membro sadio e o amputado nosso cérebro enxerga dois membros sadios, fazendo com que a ideia de um membro retorcido deixe de existir, e portanto, a dor deixa de existir também.
Outro caso em que a terapia do espelho é muito valiosa são casos de paresia (perda parcial do movimento de um ou mais membros). Já foi provado que ao imaginarmos algum movimento, ativamos a mesma região do cérebro que se ativaria ao realizarmos o movimento propriamente dito. Por este motivo, em muitos casos de acidente vascular encefálico, é pedido ao paciente que imagine o movimento do membro acometido mesmo antes de recuperar a força do mesmo. Sendo assim, por que não tornar esta imagem ainda mais real, colocando-se um espelho?
O ideal é colocar o espelho entre o membro acometido e o saudável, e pedir para o paciente tentar realizar o movimento igual nos dois membros. Mesmo que o acometido não faça o movimento correto (ou ainda nenhum movimento), as vias cerebrais responsáveis por este movimento estarão sendo ativadas, facilitando a recuperação do mesmo!
Já atendi pacientes amputados e com paresias utilizando o espelho, e posso dizer que o resultado é bem satisfatório!
Muito interessante o artigo!
ResponderExcluiroi denise. ótima postagem...segue link abaixo para ilustrar mais seus pontos de vista.
ResponderExcluirabraços
http://dorescronicas.com.br/terapia-da-caixa-de-espelho-na-dor-pelas-amputacoes/
Obrigada pela contribuição!
ExcluirBoa tarde Dra Denise, sou fisioterapeuta e estou tratando um pcte com hemiparesia em MSD decorrente de um AVE. Estou confeccionando uma caixa e gostaria de perguntar quais as medidas você utilizou para sua caixa??
ResponderExcluirdesde ja agradeço a atenção
um abraço
Ft Joao Seraphim
Olá,
Excluirnão há uma medida padrão a se usar. Ela deve ser suficiente para que o paciente coloque o membro acometido dentro da caixa no posicionamento mais próximo possível do que se quer trabalhar. Ela também não pode ser muito pequena para não restringir os movimentos que o paciente consegue realizar.
Nos pacientes hemiplégicos muitas vezes uso um espelho no plano sagital, como mostra a última foto, deixando o outro membro livre, porém "oculto" atrás do espelho.
Olá!li seu artigo é achei muito interessante.
ResponderExcluirTenho um irmão amputado e vou fazer esse exercícios com Ele,mais gostaria de saber quantas vezes eu tenho q praticar esse exercício com Ele?