terça-feira, 23 de abril de 2013

Bandagem elástica funcional: funciona mesmo?

Quem acompanha esporte, seja ao vivo ou pela televisão, já deve ter visto alguns atletas utilizando uma espécie de faixa colorida em algum lugar do corpo e deve ter se perguntado do que se tratava: “algum tipo de tatuagem colorida descartável?”, “pintura de guerra para assustar os adversários?”. Nada disso! 



Trata-se de uma bandagem elástica funcional, conhecida também como banda neuromuscular ou bandagem elástica. Ela é feita a partir de algodão, possui uma cola especial para grudar na pele e poros para facilitar a respiração cutânea, além de poder ser esticada até 140%.

Criada nos anos 70 na Ásia, este tipo de bandagem tem como funções:

- Estabilização;
- Contenção;
- Imobilização;
- Proteção;
- Prevenção;
- Estimulação.

Segundo o Dr. Kenzo Kase, criador da bandagem elástica conhecida como Kinesio Tape (marca mais famosa dessas bandagens), “os músculos não realizam apenas movimento, mas também influenciam os sistemas circulatório, linfático e térmico”.

A tensão criada a partir da elasticidade da bandagem, segundo o criador da técnica, é capaz de, por exemplo, aumentar o espaço subcutâneo. Isto estaria relacionado com a melhora da circulação local.

Ao aplicar-se a bandagem sobre um músculo, ele pode ser estimulado indiretamente a relaxar-se ou ativar-se, de acordo com a forma de aplicação. Se aplicado no sentido da origem para a inserção do músculo o efeito será de tonificação ou ativação. Aplicando-se no sentido contrário, o efeito é relaxante.



Outros efeitos que podem ser atingidos por meio da aplicação, além da regulação tônica, são a analgesia, estimulação da propriocepção e da consciência corporal e eliminação de bloqueios circulatórios e linfáticos, como edemas e hematomas.

As contra-indicações para a aplicação da bandagem elástica são:

-Trombose;
-Ferimentos;
-Edema Geral;
-Carcinomas;
-Gravidez;
-Peles especiais.

Apesar de essas bandagens estarem sendo muito utilizadas, tanto no meio esportivo quanto fora dele, pouco se estudou de fato a respeito de seus verdadeiros efeitos. Enquanto quem as aplica defende com unhas e dentes sua utilização, muitos acham que ela não passa de um placebo, ou seja, que tem efeito psicológico sobre quem as utiliza. Muitos dizem também que se trata apenas de uma jogada de marketing e que daria no mesmo usar, ao invés da bandagem de marca X ou Y um simples pedaço de esparadrapo para obter os mesmos efeitos.


Enquanto não houver estudos sérios a respeito das bandas neuromusculares, sem fins marqueteiros, não saberemos ao certo como ou se realmente funcionam. Enquanto isso não acontece, muitas pessoas continuarão usando-as de maneira empírica, ou seja, sem evidência científica de que funcionam, acreditando apenas nos resultados obtidos por meio da utilização e nas próprias experiências práticas.

Qual a sua opinião? Será que isso é correto?
 
FISIOTERAPEUTA FERNANDO PRIPAS

13 comentários:

  1. Como paciente pisso dizer que sim. Funciona mesmo e tem que ser a bandagem própria. Ao contrario,só se existir um esparadrapo com elasticidade e uma super cola ....o comum não tem o mesmo efeito, não adere direito e com o movimento ele descola imediatamente. Já a bandagem ficou "grudada" por 7 dias e na hora de remover ainda estava difícil de sair. EU APROVO E RECOMENDO.

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    1. Apos 48h a bandagem nao tem mais efeito.

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  2. Eu coloquei hoje e espero que funcione mesmo.

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  3. educador físico pode aplicar bandagens?

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    1. Olá,

      fisioterapeutas tem o conhecimento necessário de direcionamento de fibras muscuares, técnicas e posicionamento ideal da bandagem.

      Na prática, vemos muitos técnicos, treinadores e atletas aplicando as bandagens, porém sem o conecimento da técnica adequada, não há nenhuma efetividade da bandagem.

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    2. se voce tiver conhecimento da origem e inserçao do musculo pode aplicar sim. opu seja, se voce aplicar da origem a incersao do musculo, tera um efeito de melhora do tonus, se for aplicado ao contrario, efeito de relaxamento.

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    3. Olá,

      essa é uma visão muito simplista da técnica. Existem outros fatores a serem considerados.

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    4. O termo correto não seria inserção? Digo isso porquê, nesse caso, saúde é coisa seria e uma simples vírgula pode mudar todo o sentido.

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    5. Pelo que vi na explicação é uma técnica empírica pois não existe muitos estudos científicos então se o educador físico tiver o conhecimento bom de biomecânica, anatômia e/ou curso de bandagens (pois já vi alguns) o educador pode aplicar sim. (Minha opinião)

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    6. Olá Douglas.

      Sim, a faculdade de educação física prevê o estudo de anatomia e biomecânica, porém a grade curricular é diferente em relação ao curso de fisioterapia e geralmente com um número de horas muito reduzido em relação a fisio nestas matérias (principalmente anatomia).

      Atualmente, por questões de marketing e financeiras, existem cursos bons e outros nem tanto, alguns bem rígidos em relação à formação prévia necessária para acompanhar o curso, outros permitindo qualquer aluno pagante.

      Por definição, somente fisioterapeutas podem aplicar, se outro profissional quiser fazer aplicações deve assumir o risco.

      Nem tudo que é epírico é de uso geral, e o fato de ser empírico não significa que não exija muito conhecimento.

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  4. Respostas
    1. olá Diego.

      Sim, existem técnicas de bandagem específicas para fascite plantar. Sugiro que procure um profissional qualificado, que possa te avaliar e indicar se é o tratamento adequando para o seu caso.

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  5. Batista Gomes. Se um educador físico for aplicar bandagem, espero que ele se responsabilize por qualquer patologia que o paciente venha a ter. Bandagem é coisa séria, saúde é coisa séria!!!

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