sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Luxação cervical: entenda o quadro de Laís Souza


Hoje foi dia de abertura das Olimpíadas de Inverno em Sochi, na Rússia.

A ex-ginasta brasileira Laís Souza, que ficou conhecida na ginástica artística pelo salto sobre a mesa,  iria representar o Brasil na categoria esqui aerials, porém sofreu um acidente durante os treinamentos e não vai participar.

Entenda a lesão de Laís:

Laís esquiava com seu técnico, Ryan Snow, quando caiu e bateu a nuca em uma árvore, o que levou a uma luxação da terceira vértebra cervical. A luxação é quando ocorre deslocamento de um osso em relação a outro, como na figura à direita.

Entretanto, logo atrás da coluna vertebral, temos a medula espinhal (conjunto de fibras nervosas que ligam o cérebro ao restante do corpo). Sendo assim, se uma vértebra se desloca, é possível que a medula seja comprimida e lesionada, interrompendo, parcial ou totalmente, a passagem de inputs nervosos do cérebro para o nosso tronco e membros e vice-versa, abaixo do nível da lesão.




Logo após o acidente, a atleta foi levada ao Hospital Universitário de Utah, em Salt Lake City. Lá foi realizada a cirurgia de fixação da vértebra, porém ainda não se sabe se as sequelas serão temporárias ou não, já que os médicos não divulgaram se a lesão da ex-ginasta foi parcial ou completa.


No caso de Laís, como a lesão foi na cervical, comprometeu o movimento de braços e pernas (tetraplegia), além de funções como a respiração e a deglutição. Por este motivo, Laís respira com ajuda de aparelhos, e passou por um procedimento de gastrostomia (colocação de sonda para alimentação direta no estômago).

A atleta brasileira foi transferida para o Hospital da Universidade de Miami - o mesmo onde Jaqueline, do vôlei, foi após sofrer uma fratura cervical - onde passará pela fase de readaptação, que consiste em readaptar o organismo para a nova condição, já que ela agora tem que se acostumar com a posição deitada. Posteriormente, em um centro de reabilitação, a equipe de fisioterapia será essencial para avaliar os movimentos remanescentes de Laís e escolher uma cadeira de rodas ideal para seu caso, e a partir daí ela será treinada para ter o máximo de autonomia dentro de seu quadro clínico.

Vamos torcer para que Laís se recupere o mais rápido e melhor possível, e também para nossos atletas nos jogos olímpicos de Sochi!