quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

"Ombro congelado" ou Capsulite Adesiva

Muitas de nossas articulações sinoviais realizam movimentos de grande amplitude. Para que este movimento não seja exagerado e cause uma luxação (quando a articulação sai do lugar), existe uma estrutura fibrosa que as envolve, chamada cápsula articular.
  

Entretanto, alguns problemas nesta cápsula podem fazer com que ela restrinja demais os nossos movimentos, dificultando tarefas do cotidiano e causando dor.

É o caso da capsulite adesiva, também conhecida como "síndrome do ombro congelado", que é uma alteração da cápsula articular do ombro, que restringe os movimentos desta articulação.

A capsulite aparece geralmente entre os 40 e 60 anos de idade, com incidência maior em mulheres, sendo também mais comum em pessoas com diabetes. Não há relação com o membro dominante.

Alguns fatores podem predispor um indivíduo a desenvolver a capsulite adesiva, como traumas envolvendo a articulação, bursites do ombro, tendinite do manguito rotador, imobilização pós-fratura, e até mesmo problemas pulmonares, cirurgias cardíacas ou de mama; porém em muitos casos, a causa não é conhecida (idiopática).

Seu início geralmente é insidioso, sendo que no primeiro estágio da doença (fase pré-adesiva) ocorre apenas inflamação da cápsula sinovial, sem dor ou limitação do movimento. Após alguns meses, começa a fase de congelamento ou enrijecimento, quando a cápsula começa a criar aderências na cabeça do úmero, dificultando a movimentação do ombro (principalmente para os movimentos de elevação do braço acima da cabeça, rotação interna e externa) e causando dor.

Neste momento, o paciente pode ter dificuldade em atividades como pentear os cabelos, pendurar roupas, alcançar objetos altos, abrir o sutiã (no caso das mulheres), abrir maçanetas ou coçar as costas.





Por fim ocorre a fase de descongelamento, que em alguns casos pode ser espontânea, quando a cápsula começa a recuperar sua elasticidade. O paciente pode ter seus movimentos recuperados, porém caso haja uma retração muito grande da cápsula devido à fibrose, esta recuperação pode não ser completa.

Por isso, a fisioterapia deve ser realizada o mais precocemente possível, com os seguintes objetivos:

- manter e/ou recuperar a amplitude de movimento do ombro, para que a retração da cápsula e ligamentos seja mínima;

- manter a força e resistência dos músculos que envolvem a articulação;

- utilizar recursos manuais como tração e mobilização articular para diminuir as aderências articulares e capsulares;

- diminuir a dor, por meio de recursos de eletro e termoterapia;

- treinar as funções do dia-a-dia que estão comprometidas.

Também pode ser realizado o bloqueio anestésico para diminuição da dor, permitindo uma melhor realização da fisioterapia. Poucos casos necessitam de cirurgia.

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