O uso estético do Botox (toxina botulínica) para atenuar as linhas de expressão - as famosas rugas - é cada vez mais difundido no mundo. Porém poucas pessoas sabem qual foi o propósito inicial (e amplamente utilizado na medicina moderna) da Toxina Botulínica.
O botulismo é uma forma rara de intoxicação alimentar causada pelo Clostridium botulinum, o qual libera uma neurotoxina que destrói as proteínas responsáveis pelo mecanismo de liberação de neurotransmissores nervosos na placa motora. O resultado disso é uma paralisia muscular que, se for extensa, atinge a musculatura respiratória, impedindo a respiração. Portanto, esta doença é fatal.
Entretanto, assim como uma vacina nada mais é do que uma “versão neutralizada” do próprio agente transmissor da doença que se quer prevenir, no início do século XX iniciaram-se pesquisas para o uso terapêutico do Clostridium, e foi isolada a toxina botulínica.
Seu uso inicial foi para o tratamento do estrabismo e blefaroespasmo, e posteriormente se estendeu para casos de distonia, espasmo hemifacial, hiperidrose, bexiga neurogênica e espasticidade (quando a musculatura fica com o tônus aumentado, permanecendo contraída por mais tempo).
O efeito da toxina botulínica é temporário, durando em média, de 4 a 6 meses. Neste período, o relaxamento muscular permite a mobilização, fortalecimento e recrutamento de músculos que estavam espásticos e, portanto, é uma ferramenta muito útil para a fisioterapia no processo de reabilitação.
Posteriormente, notou-se que pacientes que tratavam blefaroesasmo com a toxina botulínica tinham atenuação das linhas de expressão, e só então ela começou a ser utilizada para fins estéticos.
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